REABILITAÇÃO PULMONAR PÓS-COVID
- Dra. Renata Gonçalves
- 14 de jun. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 11 de jul. de 2021
Diversos especialistas asseguram que ainda é cedo para tirar todas as conclusões sobre as consequências do pós-Covid e suas implicações a longo prazo.
Mas, uma coisa é certa: aqueles pacientes que tiveram necessidade de oxigenação, notadamente aqueles que estiveram em UTI, aqueles que fizeram intubação traqueal e também aqueles que apresentaram fenômenos de trombose necessitam de cuidados intensivos após a sua alta. Caso estes pacientes apresentem comorbidades pré-existentes e idade avançada a importância do cuidado intensivo é ainda mais premente.
Embora ainda não exista dado consensual sobre este assunto, é fundamental que o profissional médico conscientize o paciente que os sintomas pós-Covid poderão persistir por períodos longos.
Nesse propósito, é preciso considerar que o profissional fisioterapeuta é um aliado essencial para fazer uma avaliação e reabilitação pós-Covid.
Parcela significativa dos recuperados continuam necessitando de fisioterapia (principalmente respiratória) por um longo tempo após a desospitalização. A extensão das sequelas é conclusiva para a literatura médica com suas complicações e graus de comprometimento funcional e outros danos pulmonares
Exercícios estabelecidos de forma gradativa têm contribuído muito na reabilitação pulmonar dos pacientes.
A prescrição de exercícios de baixa a moderada intensidade, priorizando sempre a segurança do paciente é um ótimo método de reabilitação. O fisioterapeuta é profissional habilitado para quantificar a resistência ideal dos exercícios respiratórios.
A reabilitação domiciliar dos pacientes é outra estratégia a ser considerada vez que a taxa de contágio da doença ainda é alta e a possibilidade de reinfecção permeia a todos.
O atendimento domiciliar favorece ainda o auxílio de familiares, que podem ser previamente orientados pelos fisioterapeutas. A própria casa do paciente favorece seu quadro psicológico mantendo o distante de clinicas, ambulatórios e próximos dos seus entes queridos. Lembro ainda que o atendimento domiciliar pode ser ainda favorecido através dos tantos meios de ferramentas tecnológicas em atendimentos virtuais. Tudo isto importa em oferecer mais segurança aos pacientes através dessa “telerreabilitação”, e acresça-se, sempre em tempo real, minimizando barreiras de distância.
Importa esclarecer que essa “telerreabilitação” é permitida pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, por meio da resolução nº 516 de 20 de março de 2020, que autorizou os serviços de teleconsulta, teleconsultoria e telemonitoramento, todas respaldadas pela Organização Mundial de Saúde.
Exames regulares de espirometria para medir a carga respiratória também acrescenta no diagnóstico e nas reabilitações.
A espirometria é um exame não invasivo e indolor. É um exame de sopro ou prova de função pulmonar, destinado a analisar ou diagnosticar problemas no sistema pulmonar.
Com a alta taxa de transmissão da Covid-19 e suas complicações respiratórias, os exames de espirometria viraram rotineiros, contribuindo na avaliação clínica dos pacientes. O espirômetro, mede o volume de ar que foi expelido e a velocidade que isso ocorreu.
Vale lembrar que a espirometria indica a presença de qualquer doença pulmonar, não sendo exclusivamente destinado aos pacientes pós-Covid. Uma doença comum inclusive detectada pelo espirômetro é a DPOC, doença crônica ligada diretamente ao tabagismo. Sem tratamento adequado essa doença compromete substancialmente a qualidade de vida.
A Covid-19 é uma doença crônica que afeta diretamente o sistema respiratório, e a reabilitação fisioterapêutica contribui na capacidade funcional por uma melhor qualidade de vida dos pacientes. Ter sequelas de Covid é comum, mas não é normal e precisa de tratamento e cuidados especializados.
Mais informações, contate: (035) 9 9248-2259
Artigo Publicado no Jornal Cidade News em 19 de junho de 2021.

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